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Remédio para esquizofrenia com chip rastreável é aprovado nos EUA.

por | nov 16, 2017 | 8 Comentários


Pela primeira vez na história, o FDA, órgão norte-americano responsável por aprovar medicamentos vendidos nos EUA (semelhante à Anvisa), aprovou a comercialização de uma “pílula digital” – um remédio equipado com um chip rastreável -, informou nesta terça-feira, 14, o jornal The New York Times.

Trata-se do Abilify MyCite, uma variante do Abilify, um medicamento baseado em Aripiprazol e que é usado no combate ao transtorno bipolar, esquizofrenia e depressão severa, além de outros transtornos de origem mental. O remédio é produzido nos EUA pelo laboratório Otsuka.

Já o chip em questão é fabricado pela Proteus Digital Health, uma empresa dos EUA. A versão do remédio com chip só começa a ser vendida em 2018. O sensor digestível é feito de cobre, magnésio e silício, componentes seguros para a ingestão.

A pílula digital é capaz de reportar ao médico que a receitou a data e o horário em que o paciente tomou o remédio. O paciente só precisa usar um sensor adesivo que deve ficar colado no lado esquerdo do peito e trocado a cada sete dias.

O adesivo recebe o sinal de quando a pílula é ingerida e, através de um modem Bluetooth, repassa essas informações ao smartphone do paciente. Por meio de um app no smartphone, os dados são transmitidos para o médico que o acompanha e até outras quatro pessoas, como por exemplo familiares.

A Otsuka garante que o paciente tem total controle de quem recebe esses dados e pode impedir o repasse ao médico a hora que quiser. O objetivo da pílula digital é ajudar pessoas que se esquecem de tomar o remédio no horário correto ou que têm dificuldade de seguir a prescrição médica.

A decisão de usar essa tecnologia pela primeira vez com um medicamento para transtornos mentais, porém, não foi tão bem recebida por especialistas. Paul Appelbaum, diretor do departamento de ética em psiquiatria da Universidade de Columbia, por exemplo, criticou a ideia em entrevista ao NYT.

“Um sistema que vai monitorar o comportamento do paciente e enviar sinais do corpo dele e notificar o médico? Seja em psiquiatria ou em medicina geral, drogas para quase qualquer outra doença seriam um lugar melhor para começar do que em uma droga para esquizofrenia”, disse o médico.

Um representante da Otsuka, porém, disse que o Abilify MyCite não deverá ser usado por qualquer pessoa com transtorno bipolar, esquizofrenia ou depressão severa. “O médico deve ter confiança de que o paciente é capaz de gerenciar esse sistema”, afirmou ao NYT.

Fonte: Olhar Digital

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8 Comentários

  1. Ana

    Ao invés de ajudar, pode atrapalhar, e muito. É quase impossível, mesmo alguém “estabilizado”em seu quadro, ou “bem melhor a cada dia” , ter equilíbrio a toda prova que não vai ter uma recaída e começar a desconfiar do chip, pensar que o médico o está enganando, coisas do tipo. Isso pode ser uma explosão de emoções, delírios e alucinações. Dá medo.

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    • Ines

      Qualquer pessoa que tenha um mínimo de noção do que são doenças psiquiátricas com psicose nunca aprovaria um medicamento com um chip. Receita para o desastre. Os pacientes já sofrem tanto com delírios de perseguição, de acharem que são enevenedos, que lhes controlam a mete e corpo com tecnologia, é tão difícil reganharem confiança e tranquilidade e aderência à terapeutica, e depois vêm estes iluminados das farmaceuticas com um medicamento com um chip como sendo uma grande salvação.
      Enfim eticamente reprovável para qualquer tipo de patologia, psiquiátrica ou de outro tipo.
      Espero que seja retirado do mercado.

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  2. Cármen Cardoso

    Tudo o que for desenvolvido para auxlio desta doença deverá ser apoiado. Se não se adapta a uma situação poderá ser muito útil noutra. Que a tecnologia consiga cada vez mais apoiar estas pessoas que sofrem muito e que necessitam de todo o apoio. Bem hajam todos os que colaboram para isso.

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  3. Ana

    No passado lobotomia era terapêutico.

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  4. Joana Serafim

    Tudo que for pelo bem desta doença, acho muito importante que a tecnologia possão
    trazer melhorias.

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  5. Cleide

    Meu filho toma Olamzapina há quase 20 anos. Quais outros recursos para que ele tenha uma vida independente. Não deixamos ele sair só nunca.

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  6. Ana

    Olha, só uma opinião… Se ele ficar só tomando remédio e num estado de tanto cuidado, que vira superproteção , ele não ai SE DESENVOLVER nunca. Ele faz terapia? Terapia ocupacional também? É estimulado a ter atividades que ele goste? É estimulado a ser útil? Converse com o psiquiatra.

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  7. Ana

    Sra. Joana, tudo oque é novo deve ser avaliado, não basta só estar liberado para uso. A sra. se lembra da Talidomida, não? Ainda hoje é usada, em casos muito específicos e rigidamente monitorado por médicos. Bem, não é para esquizofrenia , a sra sabe. Mas seu uso foi liberado para tratar um determinado desconforto. Infelizmente, os resultados foram catastróficos para gerações: mãe, fillhas, netos… Uma tragédia. Hoje só é usada em pouquíssimos casos que não têm nada a ver com os pacientes- alvo da época. Cautela. Eu sei que o sofrimento é grande, mas não ache que o salvador vem assim ; a tecnologia falou, então é isso aí.

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