Reconhecer precocemente se uma pessoa irá desenvolver a esquizofrenia é um desafio para a ciência e para os médicos, pois existem evidências robustas de que evitar ou retardar um primeiro surto pode aumentar muito as chances de recuperação de uma pessoa com esquizofrenia. No encontro mundial de especialistas em esquizofrenia, realizado em abril de 2010 em Florença, Itália, muito se debateu sobre intervenção precoce, desde como reconhecer se um adolescente está em risco maior de adoecimento até que estratégias utilizar para aperfeiçoar a resposta ao tratamento e aumentar as chances de recuperação.
Dr. William Carpenter, da Universidade de Maryland, EUA, defendeu que os sistemas diagnósticos em psiquiatria, particularmente o Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais, a DSM, da Associação Americana de Psiquiatria, incluíssem no rol de diagnósticos as pessoas que apresentassem um estado mental de risco para psicose, também conhecido como Síndrome Prodrômica de Risco (Prodromal Risk Syndrome).
Segundo ele, as pessoas com sintomas leves, como retraimento/isolamento social e emocional, distorções leves da realidade, ilusões ou falsas percepções do meio, falta de vontade e persistência nas atividades laborativas, acadêmicas ou sociais, possuem um risco de desenvolver um surto psicótico maior do que a população geral. As taxas de conversão para psicose podem chegar a 40% em 1 ano. Para Carpenter, é fundamental reconhecer este grupo para oferecer um tratamento rápido e eficaz, capaz de frear a progressão para um estado de doença. “As chances de recuperação para as pessoas que começam um tratamento antes de uma crise são muito superiores àqueles que já experimentaram a ruptura emocional e social que o surto psicótico gera”, conclui.
Dr. Ashok Malla, da Universidade de McGill, Canadá, preconiza que as pessoas em estado de risco para psicose sejam acompanhadas em serviços especializados em intervenção precoce. “Esses pacientes precisam de um tratamento intensivo com uma equipe treinada e disponível para atender às suas demandas, utilizando técnicas de psicoeducação de família e de terapia cognitivo-comportamental, além de medicação quando necessária”, explica. A psicoeducação de família procura informar melhor a família e orientá-la sobre como agir em situações de conflito, reduzindo assim a sobrecarga em casa, que pode ser prejudicial e precipitar um primeiro surto, e a terapia cognitivo-comportamental vai reforçar a tolerância do indivíduo ao estresse e auxiliá-lo na solução dos seus conflitos. “Os pacientes devem ser acompanhados por no mínimo 5 anos, já que temos a evidência de que até 82% surtam após este período quando não recebem nenhum tipo de tratamento. Nos dois primeiros anos os encontros devem ser semanais, nos três anos seguintes é possível reduzir a freqüência da intervenção, dependendo da evolução de cada caso”, afirma Dr Malla.
Dra. Merete Nordentoft, da Universidade de Copenhagen, uma das pesquisadoras-chefe da pesquisa conhecida por OPUS, que estuda a intervenção precoce da psicose na Dinamarca desde 1998, afirma que é importante engajar pacientes e familiares através da integração das questões médicas e das demandas sociais de cada caso e que, para maior efetividade do programa, é fundamental que a relação terapeuta-paciente não seja maior do que 1:10. Entre as atividades que propõe estão a terapia de família, o treinamento das habilidades sociais dos pacientes em grupo e a terapia cognitivo-comportamental. “Uma das abordagens que fazemos com o paciente é a elaboração de um plano de crise, conversando com cada um como deve agir quando está ouvindo vozes ou se sentindo ameaçado: ele deve tentar se distrair, ouvir uma música ou conversar com algum familiar, p.ex. Isso o deixa menos vulnerável e com uma sensação maior de proteção”, exemplifica. A estratégia de intervenção precoce mostrou-se mais eficaz do que outros tratamentos, com maior adesão por parte do paciente e da família, melhora dos sintomas, redução do uso e abuso de drogas e menos internações.
Uma questão que permanece ainda sem resposta é se de fato conseguimos prevenir a psicose ou a esquizofrenia. Alguns estudos, em fases mais avançadas, não viram diferença expressiva entre o grupo de pacientes que freqüentavam os programas de intervenção precoce após 5 anos e os que faziam o tratamento convencional. Para o Dr José Luiz Vazquez-Barquero, da Universidade de Santander, Espanha, e um dos responsáveis pelo estudo de Cantábria, também focado na intervenção precoce, cerca de 40% dos pacientes não apresentam recaída após 5 anos e para eles a alta é uma realidade possível. “É preciso conhecer bem os preditores de alta, para não dispensar um paciente que possa recair depois de interrompido o tratamento”, alerta. Porém, para 60% dos pacientes o tratamento precisa ser mantido.
Gostei muito de tudo que li no portal.Tenho um filho de 15 anos, diagnosticado ha 8 meses e que usa medicação regularmente.Todos os sintomas do meu filho e de nós, os familiares são exatamente o que voce descreve.Para minha grata surpresa, ele tem evoluidode um quadro de isolamento social e dificuldade na escola de forma surpreendente.Passou de ano direto, mesmo tendo uma queda acentuada das notas no inicio do ano.Apos o inicio do tratamento, foi ganhando confiança e ordenaçao para estudar.Como disse uma das sua professoras, passou de nota D para A.Como toda mãe, já neguei a doença, mas o estudo do Dr Vazquez-Barquero e as orientaçoes do Portal me deram confiança para continuar incentivando meu filho e garantir que ele tenha o tratamento adequado.Ele não sabe porque toma o remedio, mas não questiona muito, ainda, para não continuar c/ o medicamento.Obrigada por esta luz no tunel, por saber que existe tratamento tambem para o preconceito.Feliz 2013!
Vanda
tenho um irmao com a doença diaginoticada como esquizofenia catatonica ele tem hoje 52 anos e a 30 anos atraz teve essa doença e agora em janeiro desse ano teve uma recaida seus medicamentos foram o amplicitil,o hadol,e o dermonide,fenergam. ele teve uma recuperaçao muito boa por um bom periodo e o seu medico liberou alguns medicamentos deixando so o amplicitil que ele toma regularmente. essa recaida teve um motivo familiar estive de ferias em minha cidade natal rui barbosa na bahia fui vender uma casa herança deixada por meus pais que sao falecidos proximo a essa casa meu irmao tem um bar que foi dado a ele e que eu confirmei so que na hora de fazer o inventario meu irmao nao entedeu o processo e estou sendo acusado da sua recaida pelos seus filhos por favor preciso de ajuda o que devo fazer para trazer a mente do meu irmao como era antes e tirar essa culpa que esta me pesando tanto em minha consiencia sempre quis o bem dele e faço qulquer coisa para ve-lo feliz e alegre novamente a casa foi vendida para minha irma ficou na familia o bar e´ dele mas ele nao quer da os documentos para fazer o desmebramento sei que essa doença dele poderia a qulquer momento voltar mas hoje estou triste se pudesse voltar atraz nao teria ido visita-lo e vendido o imovel dexaria tudo da forma como estava so para ve-lo feliz att; Kleber Bandeira Nacimento.
Tenho uma irmã de 50 anos que aos 20 anos teve o primeiro surto de esquizofrenia, hoje ela faz uso de haldol e outras medicações mais esta tendo surtos (escuta vozes) quase que de 40 em 04 meses não apresenta melhoras já trocamos de vários psiquiatras e quanto mais modifica a medicação mais surtos ela tem como diminuir estas crise? ou a doença só piora, não sabemos mais o que fazer.Por favor nos de uma luz.Adriana Cançado.
Preciso de um esclarecimento..tive um surto psicotico grave, agora foi diagnosticado esquizofrenia, e entro em estado psicotico em “como se fossem transes mentais” e meu coração dispara a mil por hora…fico com medo de morrer do jeito que meu coração fica…parece que vai explodir….é normal isso??
Viviane, pode ser em função da ansiedade, você precisa procurar um psiquiatra para uma avaliação. O que está sentindo vai melhorar com o tratamento. Um abraço!
Tenho uma sobrinha com 16 anos e meio e desconfio que ela esteja evoluindo para algo como esquizofrenia. A família por parte da mãe dela, minha cunhada tem histórico de vários casos. Ela sempre foi inteligente estudiosa, está no terceiro ano do segundo grau, mas de repente perdeu o interesse por tudo e estou muito preocupada, pois ela recebeu uma boa educação, da qual participo e ela vive com uma irmã de 30 anos que cuida dela como se mãe fosse. De repente minha sobrinha começou a mudar e estamos apavoradas com a ideia dela estar desenvolvendo a doença. Ajude-nos. O que devemos fazer?
Edileuza, o melhor seria leva-la a uma consulta com o psiquiatra.