No mês da conscientização sobre o suicídio, um alerta: o suicídio cresce no Brasil, principalmente em adolescentes. É urgente a necessidade de uma política pública voltada ao suicídio.

Suicídio no mundo

O número global de mortes por suicídio aumentou quase 20.000 nos últimos 30 anos, mostra uma pesquisa publicada em 2021.

O aumento ocorreu apesar de uma diminuição significativa nas taxas de suicídio específicas por idade de 1990 a 2019, de acordo com dados do Global Burden of Disease Study 2019.

O crescimento populacional, o envelhecimento da população e as mudanças na estrutura etária da população podem explicar o aumento no número de mortes por suicídio.

O Global Burden of Disease Study 2019 inclui informações de 204 países sobre 369 doenças e lesões por idade e sexo. O conjunto de dados também inclui estimativas populacionais para cada ano por localização, faixa etária e sexo.

O maior aumento de mortes ocorreu na região de renda média baixa, onde o número de mortes por suicídio aumentou em 72.550 (de 232.340 para 304.890).

O crescimento populacional (300.942; 1.512,5%) foi o principal contribuinte para o aumento geral do número total de mortes por suicídio. O segundo maior contribuinte foi a estrutura etária da população (189.512; 952,4%). A taxa de suicídio por habitantes, contudo, sofreu tendência global de queda.

Suicídio no Brasil

No Brasil a situação se inverte, com tendência de alta nas taxas de suicídio por habitante.

Um estudo de 2018 que analisou as taxas de suicídio em seis capitais entre 2006 e 2015, Porto Alegre, Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, concluiu que houve um aumento de 4% da taxa de suicídio ajustado para a idade.

Já o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2021 mostra que entre 2010 e 2019 houve um aumento anual de 43% no número de suicídios no Brasil, bem acima da taxa de crescimento populacional no mesmo período (10,17%), com uma taxa de suicídio por 100 mil habitantes de 6,6. As maiores taxas foram encontradas nas regiões Sul e Centro-Oeste.

Homens apresentam um risco 3,8 vezes maior de suicídio do que mulheres (10,7 por 100 mil vs 2,9). Contudo, o aumento verificado no período foi similar entre homens e mulheres (29% e 26%).

Em relação à faixa etária, o maior aumento foi em adolescentes (81%), principalmente em menores de 14 anos (aumento de 113%).

Na América Latina, o Brasil aparece em sétimo lugar no ranking de suicídios em 2019 de acordo com o levantamento do Global Economy, em que Guiana, Suriname e Uruguai aparecem nos primeiros lugares com taxas bem superiores e Colombia, Peru e Venezuela com taxas bem inferiores ao Brasil (veja a figura).

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Fontes: Ministério da Saúde, Medscape.com, Global Economy, Current Opinion in Psychiatry (https://doi.org/10.1097/YCO.0000000000000412)

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