Dr Leonardo Palmeira, psiquiatra, fala da importância dos tratamentos psicossociais e das possibilidades de cada paciente dentro de um novo paradigma, a recuperação pessoal, em que o paciente se torna mais consciente, desenvolve a sua auto-crítica, sua resiliência e se empodera para ser capaz de planejar sua vida e tomar as decisões necessárias para se recuperar. Ele cita a psicoeducação de família, através de seminários e grupos de auto-ajuda, a psicoterapia individual e o apoio ao trabalho e ao estudo como terapias chaves nesse processo. O psiquiatra fala também do trabalho que desenvolve no Instituto de Psiquiatria da UFRJ e dos grupos comunitários que foram criados a partir do Programa de Psicoeducação e que hoje oferecem uma rede de suporte gratuita em bairros do Rio de Janeiro de forma autônoma e independente. O trabalho foi apresentado neste mês no congresso mundial sobre esquizofrenia em Florença.
O cineasta, diretor do filme a ser lançado nesta semana sobre a vida da Nise da Silveira, Roberto Berliner conta a história da psiquiatra e como foi passar dois meses no hospital do Engenho de Dentro convivendo com os pacientes e filmando o longa-metragem.
Programa Sem Censura
TV Brasil, 19/04/16
Apresentação: Leda Nagle
Olá equipe do entendendo a esquizofrenia!!… Admiro muito o trabalho de vcs,…Bom meu esposo é portador desta doença esquizofrenia desde os seus 24 anos,hoje ele tem 26 ,tem também epilepsia desde os 4 anos e atualmente vem sofrendo com uma depressão, ele faz acompanhamento com o psiquiatra no caps,porém não aceita de jeito algum a psicoterapia, não quer fazer atividade física, não quer nada,reclama do tanto de medicação que tem que tomar diariamente, enfim ele não aceita a doença, diz estar outro mundo,quer que Deus venha e acabe logo com tudo isto,com seu sofrimento… Tenho tentado ajudar de várias formas, mas está muito difícil, sempre bipolar, idéias negativas, pra ele a salvação é Deus, sim não discordo desde que ele tb se ajude… Ele faz uso de Olanzapina 20 MG noite,já tentou outros mas não deu certo, só piorou a situação… Em que mais talvez eu poderia ajudar?…
Josi, pode ser que mostrando a ele os possíveis benefícios do tratamento multidisciplinar ele aceite, seja como forma de ajudar a melhorar os sintomas e a qualidade de vida, seja como uma possibilidade de reduzir futuramente os medicamentos, uma vez que outros tratamentos podem auxilia-lo a melhorar mais. Os pacientes costumam resistir muito, mas depois que percebem os benefícios e começam a se recuperar, a ter outros objetivos de vida, não querem mais parar. Seria bom que você pudesse conversar com o médico dele de como deve abordar este assunto ou, quem sabe, o próprio médico fazer a indicação.
Gostaria de parabenizar a equipe e o Dr Leonardo pela abordagem clara, concisa, e por estar participando do programa de implantação da reforma psiquiátrica de forma brilhante. Ainda estamos longe. No Brasil, a Saúde Mental é tratada, ainda com preconceitos, dentro da própria classe médica. E qualquer programa de prevenção primária, educação da população e legalização de novos medicamentos não interessa ao governo.
Estive por anos tentando implementar a prevenção cardiovascular e renal, enfatizando o mais que necessário, e sim obrigatório programa de acompanhamento por psiquiatras e psicólogos destes pacientes crônicos. É um esforço filantrópico dentro de nossa realidade, onde um próprio ex presidente defende a liberação da maconha como forma de diminuição do uso de Crack. Estamos falando em século XXI, e o governo não tem qualquer interesse em realmente focar na única possibilidade de qualquer mudança, o foco na saúde mental antes de tudo.
Programas de governo com prioridades em escolas públicas primárias são como bolsas auxílio fascistas. Podemos colocar escolas bilingues primárias, mas a formação do caráter da criança depende mais da saúde mental dos pais, do que vêem como muitas vezes instinto de sobrevivência no dia a dia . Como aprender sem vivências concernentes no corriqueiro do cotidiano? As crianças têm chegado às escolas embriagadas pelos transtornos familiares. Sem qualquer condições de aprendizagem. Mães prostitutas, pais homicidas, presidiários, e com o uso da droga dentro de seus lares. Os filhos do Crack? Sim. Mas principalmente, filhos de um país onde a psicofobia faz se presente. É um nadar contra a corrente manter um blog , um serviço on line de esclarecimento. O que o secretário de saúde do município, por exemplo, fez para que este site, blog e ou livro seja divulgado? Ele está ciente. A direção de Saúde Pública e tutela também. Mas é a população que certamente se beneficiaria? Para conseguir uma medicação psiquiátrica, muitas vezes só consigo com mandado judicial. Assim sendo, qualquer iniciativa onde se publique, altere uma lei, consiga movimentar para algo produtivo, um tijolo na torre de Babel vigente, é louvável e deve ser aplaudido e divulgado.
Parabéns,
Gisele Guerreiro.
José,eu entendo o que estás vivendo. Continue amparando seu esposo, envolvendo-o em muita Compaixão.
Aos poucos ele irá ceder ao seu Amor e Carinho, e com esse auxilio aceitará a continuação de seu tratamento médico. A Sua Presença ao lado dele é a fonte sublime alimentando o Viajor sedento de Amparo e Consolo. Tenho esquizofrenia desde 2005. Estou em tratamento com medicação e auxilio de Psiquiatras, mas sei que o Amor e a Compaixão de minha esposa, sua Paciência, seu olhar carinhoso durante todos esses anos é Pedra fundamental da minha nova construção Mental. Votos de muita Paz! Antonio