A esquizofrenia ainda está associada à idéia pejorativa de doença crônica e degenerativa, da qual a pessoa não consegue se livrar, dependente de medicamentos para o resto da vida e sem melhora. Em geral é esta a visão que muitos adquirem ao receber o diagnóstico. Com o passar dos anos e com a evolução do tratamento esta percepção muda e familiares e portadores conseguem enxergar que é possível ter uma vida normal e produtiva, apesar das limitações ou da maior vulnerabilidade que a doença impõe (leia mais sobre a vulnerabilidade ao estresse na esquizofrenia).
Pesquisas têm demonstrado que 1/3 dos pacientes com esquizofrenia tem uma única crise, se recupera e volta a um funcionamento normal ou muito próximo do normal, com poucos sintomas negativos ou dificuldades sociais e sem recaídas ao longo da vida. Outro 1/3 pode ter duas ou mais crises, apresentar maior dificuldade para retomar suas atividades e manifestar sintomas negativos que interferem em seu funcionamento, mas responde bem aos tratamentos e intervenções psicossociais, alcançando um nível bastante satisfatório de autonomia. Apenas 1/3 dos pacientes tem um curso mais grave, com muitas recaídas, baixa resposta aos medicamentos e maior dependência. Este é o grupo que possui uma forma resistente da doença e que precisa de um tratamento diferenciado, com medicações e estratégias de reabilitação psicossocial e familiar que contemplem a sua complexidade (leia o artigo sobre esquizofrenia refratária).
A recuperação da esquizofrenia não significa simplesmente a estabilização ou cura dos sintomas e a retomada do funcionamento anterior à crise. Ela é um conceito mais profundo e abrangente, que precisa ser construído com o paciente (e com a família) no decorrer de seu tratamento. Trata-se de uma transformação pessoal na maneira de se perceber e de ver o mundo, que parte do indivíduo em direção ao coletivo.
Neste contexto, é preciso lutar contra o estigma e o preconceito existente dentro de si próprio e na sociedade, cultivar a esperança e aumentar o poder e a autonomia pessoal, através das relações com outros indivíduos (família, amigos, vizinhos) e as instituições (centros de reabilitação e tratamento, clubes, igrejas, etc.). Almeja-se que o paciente participe mais ativamente das decisões que envolvam sua vida e seu tratamento e experimente uma vida de ação e participação na sociedade.
Um consenso norte-americano de especialistas propôs uma definição da recuperação na esquizofrenia: “é uma jornada de cura e transformação capaz de permitir à pessoa com transtorno mental viver participativamente na sua comunidade, enquanto luta para alcançar seu pleno potencial.”
É preciso trabalhar valores, sentimentos, projetos e outros objetivos para que a satisfação da vida possa conviver com a vulnerabilidade trazida pela doença. É um processo de descoberta de seus próprios limites, mas também de como esses limites se abrem para novas possibilidades.
→ Dicas que podem ajudar na recuperação:
- Jamais abandonar o tratamento e os medicamentos.
- Ter um apoio psicoterápico individual. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é a mais indicada.
- A família (pais, irmãos, pessoas que convivem diretamente com o paciente) precisa de apoio e orientação. Conhecer bem a esquizofrenia ajuda a mudar atitudes e a lidar melhor com os conflitos do dia-a-dia, beneficiando o paciente.
- Estratégias de reabilitação compatíveis com a realidade e demanda do paciente. Evitar a superestimulação através de tarefas que exponham o paciente ao estresse.
- Ampliar a rede social, fazer novos contatos e amizades, aumentar a convivência na sociedade.
- Ampliar as atividades de lazer da família, através de passeios ou viagens. Isso ajuda a deslocar dos problemas relacionados à doença e aumenta a qualidade dos relacionamentos e da vida em família.
- Cultivar hábitos mais saudáveis de vida, com boa alimentação e atividades físicas.
- Não fazer uso de drogas (lícitas e ilícitas).
- Participar de grupos de portadores e familiares para troca de experiências, engajar-se em iniciativas para reduzir o estigma e o preconceito na sociedade.
- Manter o respeito e as regras de boa convivência em casa e nos ambientes sociais.
Luciano
Tenho diagnóstico de esquisofrenia leve, mas não concordo em certo ponto o aprofundamento de pesquisas sobre a doença pelo paciente. Acho que o melhor é aceitar a doença como uma limitação que todos nós temos.
Ed Wilson
Concordo com essa iniciativa, convivo diariamente com um portador, acho relevante o apoio dos familiares e amigos.Gostaria de saber como faço pra me engajar em um destes grupos de apoio e entendimento da doença.
Grato!
tenho esquizofrenia, mas luto constantemente para se livrar dela o mais rapido possivel, e vou conseguir.
obrigado
nova oportunidade
Olá, tenho esquizofrenia há 03 anos, ainda não consegui voltar às minhas atividades, como trabalho e estudo, pois sempre paro com tudo que inicio.
Gostaria de saber o que fazer nesse caso.
Já tomei zyprexa, invega e atualmente geodon. Este último há 4 meses, é possível que ele ainda não tenha surtido efeito em relação aos sintomaas negativos ?
Mariana
A RM com Espectroscopia de meu filho deu o seguinte resultado: A análise do lobo frontal direito mostra importante aumento dos níveis de colina (Co/Cr 1,25) bem como níveis de glutamina e glutamato (Glx).
Esse resultado está ligado a algum transtorno mental?
Obrigada
elaine
ola,tenho uma vizinha q tem um filho de17 anos q tem esquisofrenia ,sempre quando chego la a encontro chorando,porque o filho dela brigou com a irma de 13 anos e bateu nela falando q tem vontade de mata-la,hoje chegando la ela estava chorando falando q foi separar a briga deles com dois imaos menores e ele bateu nela,chorando ela falou q nao aguenta mais q ela esta com vontade demorrer e matar ele,disse a ela q nao é culpa dele e nem dela ,ela tem 3 filhos menores q ele paga aluguel nao tem marido,e se vira sozinha ,gostaria muito de ajudar ela mas nao sei como,estou me informando sobre a esquisofrenia para saber como posso ajuda-la,gostaria de saber se aqui em Belo Horizonte tem um centro de apoio para ajudar adolecente com esquisofrenia,por favor me ajudem,obrigada.
Kaline
Procure o CREA na prefeitura e relate o ocorrido. Tem como fazer internação compulsória dessa pessoa com a permissão do ministério público. A pessoa está colocando em risco a vida dele e a dos outros. Precisa urgente ir no CREA lá eles vão saber o q fazer. Infelizmente essa doença tem muitos preconceitos na sociedade e a própria família não aceita.
Julio Cesar
Ola boa tarde, tb tenho um irmão com esquizofrenia, mas não aceita que tem, já tentamos de todas as formas convence lo a ir a uma consulta com psiquiatra acompanhado por nos, mas fica nervoso e se tranca no quarto. Hoje ele trabalha, mas qdo chega em casa começa a falar sozinho e xinga pessoas de seu convívio no serviço, trancado em seu quarto, fico com medo que ele faça algo a alguém do próprio serviço onde trabalha, gostaria de saber como lidar com problema desses, minha família não tem nenhuma opção, já fomos a psicólogos e psiquiatras que necessitam a presença dele no local para avalia lo, coisa impossível de fazer é leva lo
marisa
meu filho desenvolveu a doença aos 30 anos toma 1 comprimido de Ziprexa por dia engordou quase 30k ele foi internado por 3 vezes no começo da doença agora já a uns 4 anos não tem mais crise e nem se recusa a tomar o remédio( 1 comprimido de ziprexa ), porém se recusa terminantemente a fazer terapias fez algumas por alguns meses e não quer fazer mais só sai de casa para ir ao médico pegar as receitas do remédio, fora isso não sai de casa de jeito algum é muito triste vê-lo o tempo inteiro de sua vida aqui dentro de casa, ele tem algumas atividades do tipo lava as louças compramos uma esteira e outro aparelho de ginastica as vezes ele usa e também toca violão, ficamos muito triste pois ele se formou-se nos USA e também morou na Espanha, e agora só fica dentro do quartinho dele olhando para sima, quando chega alguém em casa ele toca violão para as pessoas e quando toca musicas de sua autoria todos ficam impressionados com a qualidade delas, choro muito,sem que ele perceba é claro eu e meu marido matemos nossa vida normal saímos muito dançamos , viajamos,e ele sempre em casa . como tira-lo de dentro de casa nem que seja para comprar pão ou sei lá,já pedi até para uma pscicologa fazer terapia aqui em casa ele deu um jeito de sumir com ela. não sabemos mais como fazer para ajuda-lo
Nilamarcia De Souza
Oi Mariza,espero quê vc esteja bem,apesar das circunstâncias.Refugie em Deus, pois Ele tudo pode,e jamais nos abandona.
Gostaria de entrat em contato com vc,para trocar experiencias.
Recebe o meu abraço e as minhas orações.
Cristina
Marisa, o meu filho desde que começou a tomar Socian melhorou muito.
Já sai de casa por vontade própria sózinho e já sai de casa uma ou outra vez a acompanhar-nos a um jantar ou uma ida ao cinema.No primeiro dia de Socian começou a cantar… nas semanas e meses seguintes cantou várias vezes… coisa que não fazia desde que ficou doente. voltou a ser simpático e muito afectivo e carinhoso como era antigamente. Tem 17 anos.
Já toma Socian há 7 meses e toma também Valeriana para ajudar a reduzir o stress.
E à noite também toma melatonina para ajudar a acertar os sonos pois andou mais de um ano com os sonos trocados.
E já se nota que começa a ter alguma iniciativa para assuntos escolares. Durante um ano parou de estudar.
Agora está de novo com vontade de estudar. Embora não esteja como era (antes tinha notas sempre de 90 a 100%)… mesmo assim estou muito contente porque há melhoras efectivas embora de vez em quando ainda haja algumas expplosões de fúria quando é contrariado.
Espero ter ajudado, Marisa.
Nilce
Olá Cristina. Como está seu filho hj? Pergunto pq meu filho tbém toma Socian. Mas ao longo dos anos, o médico aumentou mto a dosagem e já não está fazendo o mesmo efeito. Abraço.
LORENA M. DE BARROS
Olá,
Gostaria de saber TODAS as possibilidades de tratamento para uma pessoa portadora de esquizofrenia . As melhores abordagens, fora a medicamentosa.. Meu irmão tem esquizofrenia, faz uso de clozapina. Existe internação para retirada da medicação? Meu irmão melhorou da doença mas fica só deitado o dia todo; com a medicação não consegue realizar tarefas simples do dia-a-dia. Adianta viver sem crises numa cama? Mesmo que seja no exterior… poderia me dar alguma dica de onde posso ter acesso a mais informações? Certa vez, tentei homeopatia para tratamento de transtorno de humor, sem muita resposta. Fico apreensiva, pq a crise de uma pessoa com essa doença tem muitas repercussões…
Att
Lorena Barros
drpalmeira
Lorena, não é comum a internação para retirar o medicamento, esses ajustes podem ser feitos pelo médico ambulatorialmente. A clozapina é uma medicação que precisa ser bem administrada, sugiro que converse com o psiquiatra para ver o que está acontecendo com seu irmão. Existe um livro do Dr Rodrigo Bressan que aborda melhor este tema, se chama esquizofrenia refratária. Abs!
Ruben
Boas. Penso sofrer de esquizofrenia pois tive uma psicose quando fumava Madonna no final deste ano 2014 fui internado dois meses e sai do hospital com esperança de uma vida controlada. Tudo corria bem e tenho sido medicado com xeplion 100 mg injetavel mensalmente e diplexil 500 oral diário. O problema é que neste momento a minha vida é de uma apatia a 100 por cento não tenho vontade de fazer nada nem de conviver com ninguém. Quero largar os medicamentos o mais rápido possível para voltar a ser a pessoa que era mas tenho medo de ter outra crise. O que fazer?
William de Oliveira
Tenho 23 anos, aos 20 fui diagnosticado com esquizofrenia, já tive 4 crises até o momento, a ultima foi a 2 meses, ainda estou em processo de recuperação.
Sempre fui abençoado de conseguir me recuperar rápido das crises, em questão de poucos meses já estava de volta ao aos trabalhos, no entanto, eu tinha recaídas e parava com a medição, dai vinha as histórias mirabolantes e eu explodia e parava dentro de uma clínica. O que pude perceber e aprender com essas 4 crises em 3 anos é que a medicação, junto, com terapia e atividade física é de extrema importância. Meu médico fica de boca aberta em como eu me recupero rápido.
No entanto estou muito preocupado com meu futuro, sinto que dessa vez tudo esta sendo diferente e meio indeciso. Mas com FÉ, eu e minha familia vamos conseguir domesticar essa doença para que possamos viver-mos em paz novamente.
Quem quiser trocar experiência sobre o assunto, meu email: williamoliveirade@gmail.com
Edezia
Tenho esquizofrenia. .queria saber se sempre tem haver com o espiritual..pois eles dizem q são espíritos malignos ..sofro muito com medo
drpalmeira
Edezia, não tem nada a ver, a esquizofrenia cursa com delírios, que são julgamentos errados da realidade que a pessoa vive, podendo dar a impressão de se tratar de problema espiritual ou possessão. É preciso buscar um tratamento!
Antonio Honorato
Minha filha tem esquizofrenia, passado o susto inicial , passei a ler mais sobre a doença e a entende-la. Para com minha filha o meu primeiro passo foi me colocar no lugar dela e passei a saber o como é importante o afeto familiar, passei a dizer mais sim em vez de não e a ouvi-la mais pois assim a tranquilizava, não tinha embate e eu podia atende-la sem imediatismo. Enfim posso dizer que um fator que tem ajudado muito e pouco vejo falarem em termos de tratamento (além dos medicamentos super necessários e terapias(é importante ver aquela em que a pessoa realmente sente-se bem caso contrario levar por levar não adianta nada ) é a fisoterapia(motora) e acunputura.
– Não deixe de dar atenção ao familiar doente e melhor caminho e procura ajuda medica e terapêutica o mais rápido possível pois o tratamento incial é muito importante, caso não tenha condições financeiras recorra aos serviços governamentais apesar dos pesares sempre tem pessoas prontas para trabalharem com seriedade.
Minha rotina semanal três dias terapia fisiomotora, uma vez psicoarte, uma vez acunputura, mensal: uma vez por mês Psiquiatra, Neurologista (supra importância para tirar duvidas) e exames
– Nas terapias, consultas converse com outros pais e familiares não tenha vergonha
Minha filha recupera-se bem, terminou o colégio pensa em faculdade mesmo dentro de suas dificuldade
Estou sempre a disposição
Marlene
Que bênção, estou bastante preocupada pois comecei a tratar minha filha com psicologa e agora vejo que terei que leva-la ao psiquiatra.
Rosane
Meu marido tem esquizofrenia. Durante anos foi tratado com medicamentos que o deixavam dopado e provocavam efeitos colaterais. Já foi internado várias vezes, segundo a família dele, por não tomar a medicação. Não sei se é verdade. Ele passou a tomar invega sustenna há 4 meses. Tudo ia bem. Mesmo tomando a medicação nos últimos dias começou a apresentar sintomas de surto. Não sei o que fazer. Ele pode surtar mesmo tomando a medicação?
drpalmeira
Rosane, a medicação não previne 100%, existem outros fatores ligados a recaídas, como fatores do ambiente, familiares ou mesmo psicológicos, que também precisam ser tratados. Sugiro que leia os artigos desta página https://entendendoaesquizofrenia.com.br/website/?s=melhor+tratamento
Andiara
Olá, meu filho de 18 anos teve o primeiro surto a 1 ano e meio. Ele toma Olanzapina de 05mg. Só que agr a um mês e meio ele veio apresentando sintomas de falta de concentração, baixíssimo rendimento escolar, mabia de perseguição, culminando numa crise neste último fim de semana. Diz que conversa com animais, que não é desse mundo… O levei ontem ao seu psiquiatra que indicou outros remédios, Haldol, Divalgon ER, Akinetonde. O médico não me diz claramente que ele tem esquizofrenia mas eu leio mito sobre o comportamento dele e hj sei que ele tem isso. Só quero saber qual melhor terapia para reabilita – lo pois é mt jovem. Por favor me ajudem!!
drpalmeira
Andiara, o tratamento envolve medicamentos e tratamentos psicossociais que irão depender de cada paciente, pois o projeto terapêutico deve ser individualizado. Assim sendo, ele pode se beneficiar de uma psicoterapia individual, alguma terapia ocupacional, reabilitação cognitiva, dentre outras. Seria bom que a família também pudesse participar de uma psicoeducação de família.
Paulo sosinho
Sou diagnosticado com esquizofrenia, sou aposentado, nunca abandonei o tratamento. Atualmente estou estudando e faço faculdade. gostaria de saber se posso voltar a exerce minha atividades laboratoriais normais. Acredito, que ainda posso contribuir muito com com meus companheiros de trabalho,através das minhas experiências vividas
drpalmeira
Paulo, claro que pode, seja através de trabalho, trabalho voluntário, ação entre pares, participando mais da vida comunitária!
Marilene Lima
Meu filho de 17 anos teve diagnóstico de esquizofrenia em maio desse ano, começou o tratamento com psiquiatra só que abandonou dizendo nao ser doido, é resistente a todo tratamento…
Está cada dia pior, seu último surto foi agora dia 12/10/2019, o Samu veio com a polícia pra conte-lo, como já tinha a medicação injetável foi dado a ele, só que já tem 3 dias e não vejo melhora nenhuma…
Doutor me responde por favor!!!!
A medicação é Clopixol Depot injetável
Obrigada
drpalmeira
Marilene, a medicação de depósito, também chamada de Depot ou de Longa Ação, é a alternativa para os pacientes que não aceitam o tratamento num primeiro momento. Existem algumas opções que diferem quanto ao início de ação, regularidade das injeções e aos efeitos colaterais. Sugiro que leia sobre elas em https://entendendoaesquizofrenia.com.br/website/?p=5313 . A medicação a qual se refere pode levar até 4 meses para se observar os efeitos, portanto, sugiro que converse com o médico sobre opções com início mais rápido de ação, que podem substituir ou ser conjugadas à injeção que ele já está utilizando.