Chega agora em agosto nas farmácias do país o Invega Trinza, medicação injetável de longa ação que permitirá o tratamento da esquizofrenia com apenas 4 injeções por ano. Versão trimestral do Invega Sustenna, que existe no Brasil desde 2012, o Trinza poderá ser utilizado por quem já usa o Sustenna há pelo menos 4 meses, com a comodidade de utilizar a injeção a cada 3 meses ao invés de mensalmente.

Esse tratamento é tido como uma revolução na maneira de tratar a esquizofrenia, já que antes dele somente medicamentos de longa ação de 15 dias a um mês de duração estavam disponíveis.

Além da vantagem da comodidade posológica, o Invega Trinza tem a mesma eficácia do Sustenna e o mesmo perfil de efeitos colaterais, que em estudos de longo prazo mostrou ser semelhante ao placebo.

O principal desafio do Invega Trinza continua sendo o acesso ao medicamento, problema também do Sustenna, pois trata-se de medicação de alto custo e não padronizada pelo SUS nacionalmente. Apenas algumas prefeituras do país fornecem o Invega Sustenna na rede pública e alguns planos de saúde cobrem a medicação mediante o laudo e a receita médica.

Segundo a resolução da ANS, Agência Nacional de Saúde Suplementar, os seguros de saúde são obrigados a fornecer medicamentos injetáveis para o tratamento das doenças mentais para pacientes em tratamento em hospital-dia.

Para Marcos, a medicação chegou em boa hora. “Eu uso o Invega Sustenna há 4 anos e ao longo desse período não tive mais recaídas. Pude voltar a estudar, hoje estou no sexto período da faculdade e me sinto cada vez melhor e mais seguro. Pensar que terei que tomar a medicação somente de 3 em 3 meses me faz me sentir melhor, como se não tivesse a doença, pois o único momento que me lembro dela é quando preciso ir ao hospital tomar o Invega”, afirma.

O Invega Trinza poderá ser comprado nas farmácias a partir de agosto. Ainda não se sabe como as seguradoras de saúde se comportarão diante do lançamento do Trinza, já que os pacientes que estão em tratamento com o Sustenna há mais de 4 meses poderão passar ao Trinza trimestralmente. Quanto ao SUS, dependerá de nova análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC), órgão responsável pela análise sobre a assistência terapêutica e a incorporação de tecnologia em saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, que não prevê atualmente outra alternativa ao decantado de haloperidol dentre os medicamentos injetáveis de longa ação para o tratamento da esquizofrenia.

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