Estudo financiado pelo Ministério da Saúde da França trabalhou com mais de 50 pacientes e demonstrou respostas ao uso de campos magnéticos no cérebro.
Pesquisadores franceses identificaram de forma precisa a área do cérebro responsável pela audição de “vozes”, relatada por muitas pessoas com esquizofrenia. O estudo financiado pelo Ministério da Saúde da França demonstrou a ação de pulsos magnéticos para melhorar as alucinações de alguns pacientes com a condição. O trabalho foi apresentado na 30ª edição do Congresso para Ciência e Tratamento das Doenças do Cérebro.
“Este é o primeiro estudo controlado para determinar com precisão uma área do cérebro, onde os pulsos magnéticos de alta frequência podem melhorar a audição das vozes”, disse a autora principal, Sonia Dollfus, da Universidade de Caen, na França.
A esquizofrenia é um problema grave de saúde mental a longo prazo. Pessoas com a condição apresentam vários sintomias: delírios, pensamentos confusos e alucinações. Um dos mais conhecidos é a audição dessas “vozes”, que acomete 70% das pessoas com esquizofrenia.
Os pesquisadores identificaram a área do cérebro responsável e, depois, sugeriram a Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) — estímulos elétricos e magnéticos não-invasivos na área — como uma forma de tratar a doença.
A equipe francesa trabalhou com 26 pacientes que receberam os estímulos. Outros 33 passaram por placebo. Depois, os participantes do tratamento foram entrevistados de acordo com um protocolo padrão.
De acordo com o artigo, os pacientes tratados receberam pulsos magnéticos de alta frequência por dois dias, com duas sessões diárias. Os estímulos foram direcionados para área específica do cérebro identificada no lobo temporal, a mesma associada ao nosso idioma.
Os participantes foram reavaliados após duas semanas. Os cientistas descobriram que 34,6% das pessoas que receberam a EMT apresentaram uma resposta significativa, contra 9% do grupo com placebo.
“Vozes auditivas podem ser um sintoma perturbador da esquizofrenia, tanto para os pacientes quanto para as pessoas próximas a ele. Este é o primeiro estudo controlado que mostra uma melhora para essas pessoas, visando uma parte específica do cérebro com o uso de EMT de alta frequência”, disse Dollfus.
“Isso significa duas coisas: primeiro, agora temos certeza que encontramos a área específica do cérebro associada às alucinações; em segundo lugar, mostramos que o tratamento com EMT faz diferença para pelo menos uma parte dos pacientes, embora haja um longo caminho que ainda precisamos percorrer”, completou.
Fonte: G1
Ana
Pelo que entendi esse tipo de estímulo foi direcionado para a área correspondente ao idioma. Mas, e se a pessoa sabe dois idiomas? Algo não pode dar errado nesse caso? E se a pessoa tem alucinações recorrentes que envolvem dois e até três idiomas? Foi realizado algum estudo sobte isso?
Honorina Stela do S. Galvão
Olá, infelizmente meu neto já fez vários tratamentos com EMT, chegando a fazer 15 sessões , não sei se direcionadas para essa área do cérebro e parece só uma sessão por dia, ele continua tendo alucinações,isto é quer ganhar dinheiro , muito dinheiro vendendo medicamentos fabricados por êle com substâncias mágicas para esquisofrenia, diabete, etc e vender nas farmácias. Não sei o que dizer pois se argumento falando na necessidade de testes êle diz que estou colocando as ideias dele para baixo. Acha que infiltra em minha mente um soro da juventude, eu não vou envelhecer nunca. e outras ideias deste tipo, sofro muito quando vejo que os tratamentos não diminuem as alucinações.
Salete Monteiro
Bom dia! Graças a Deus! uma luz no fim do túnel! nenhum remédio tirou as vozes da minha filha. Ela não pode tomar clozapina, os exames de sangue, as taxas de leucocitos abaixaram.
Ana
Honorina e Salete, já tentaram procurar um outro psiquiatra para uma segunda opinião? Sobre a Clozapina, sei que tem surtido eficácia em muitos, mas outros são intolerantes a ela, os efeitos colaterais são muito fortes. Pensem bem também que não é só o remédio que ajuda. Psicoterapia, terapia ocupacional ou, dependendo do caso, algum tipo de atividade voluntária. Porque se parar, não há progresso no tratamento. Deus as ajude.
Nora Lopes Lanari
Conforme as pesquisas houve uma melhora em 34,6% dos casos tratados com a estimulação magnética contra 9% dos tratados com placebo. É uma comparação importante e boa notícia. Mas lembremos que para os outros 65,4% que receberam o tratamento parece não ter havido melhora. Ou seja, como para a maioria dos tratamentos que conhecemos, não há arinha mágica temos de ir tentando sempre.