Tomar uma ducha ou relaxar numa banheira pode ser um hábito alucinante. Principalmente depois que sais de banho alucinógenos foram encontrados no mercado americano. Os produtos, vendidos em lojas e na internet, ameaçam desembarcar no Brasil. Aparentemente inofensivos, eles causam alucinações e delírios, seguidos de depressão profunda. Tanto que a Drug Enforcement Administration (DEA), agência americana que controla drogas, proibiu a venda dos sais Bliss, Wave Purple, Vanilla Sky e Wave Ivory. Todos imitam os efeitos de metanfetamina.

Os verdadeiros sais de banho, aprovados para este fim, agem como energizantes, esfoliantes suaves, espumantes e aromatizantes. Já os produtos proibidos, além dos efeitos alucinógenos, causam aumento de pressão arterial e agressividade impulsionada por surtos de paranoia. Isso porque contêm mefedrona, methylenedioxypyrovalerone (MDPV) e methylone. Os sais estão na categoria mais restritiva da DEA – a de substâncias com alto potencial de abuso e vetadas, sem supervisão médica. O problema é que os sais perigosos são similares aos cosméticos, vendidos em pó ou cristais. E, apesar de não serem aprovados pela Food and Drug Administration, órgão americano que controla fármacos e alimentos, eles se tornaram populares, sobretudo entre jovens.

– São ameaça à saúde – diz Michele Leonhart, da DEA.

Eles custam entre US$ 25 e US$ 50, 50 miligramas. E alguns levam um estimulante orgânico chamado khat, comum em países árabes e do leste africano. Este também é ilegal nos Estados Unidos.

Os usuários podem ter paranoia durante meses, e há relatos de casos de violência extrema entre consumidores. Um usuário invadiu um mosteiro e esfaqueou um padre na Pensilvânia. Em outro episódio de surto paranoico, uma mulher em West Virginia cortou o próprio corpo várias vezes.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) diz que, desde agosto, a mefedrona é tratada no país como droga ilícita, de uso e venda proibidos. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União, atendendo ao pedido da Polícia Federal. A Anvisa diz que a “mefedrona – usada em droga sintética – causa euforia e delírios, além de levar seus usuários à dependência química em curto espaço de tempo”. Por isso, a mefedrona está classificada, na Portaria 344/1998, na categoria de drogas proscritas, e vender, manipular ou consumi-la é crime. Quanto à methylenedioxypyrovalerone (MDPV) e à methylone, elas não podem ser usadas em fórmulas de sais de banhos por causar riscos à saúde, ainda que não levem à dependência, de acordo com a Anvisa.

Fonte: O Globo On Line

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